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Todo Filho (ou Cara e Coroa) - Álvaro Andrade

todo filho dá trabalho

todo pai é condenado ao acaso



todo caso, um caso raro

um amparo, um desamparo

um tratado



devia proibir

que as mulheres tenham que parir

sozinhas



devia permitir

a todo filho sentir-se mais



para, para, para, para, para, parara (2x)



todo pai dá trabalho

todo filho é condenado ao acaso



todo caso, um caso raro

um amparo, um desamparo

um tratado



devia proibir

que as mulheres tenham que parir

sozinhas



devia permitir

a todo pai sentir-se mais



para, para, para, para, para, poder voar

para, para, para, para, para, nos acompanhar

para, para, para, para, para... parar!
Trilha Sonora Original - Cartas aos Pais
Nando ZV
Trilha Sonora
Todo Filho (ou Cara e Coroa)
Rafael Durand
Falha Básica - Pedro Leal

Ser Leal a quê?
Carregar colono no nome e no modo de ser
Por quê?
Perpetuar e honrar sacanagem como um dever
Pra quê?
Ancestral é força vital, não medo que impele manter
Qual quê!
Patriarcal criagem, processo de história vou subverter
Tu crê?
Não há culpa ou remorso, coragem hei de ter pra romper
Com quê?
Marafunda doente, linhagem que fere a alma do ser
Vai ver.
Registros - Hassan Santos

“O símbolo é um objeto do mundo conhecido que sugere alguma coisa desconhecida”

3.7.20
Estava na beira do Rio Capibaribe, jangadas ao meu dispor. Primeiro uma pequena, depois uma maior, corríamos pelo rio, ao lado de pontes e manguezais. Vislumbrei um caiaque, pois seria mais fácil de deslocá-lo da terra para a água. No caminho do rio para casa, deslizei pela pista asfaltada, até que esbarrei em homens violentos com minha embarcação, talvez uma lombada me fez incorrer no acidente. Houve muita violência. Atingi alguns com algumas garrafas do local, que estavam em grades, dominei a situação, mas o lugar ficou completamente arrasado. Tive medo. Acordei desprezando este sonho pois estava dormindo há muito. Não se deve desprezar nenhum sonho.

Estava bem confiante
No mundo que eu
Não podia mudar
Até que o mundo mudou
Mudou o mundo
Emudeceu o futuro
Da janela
Nem promessas
Só conversas
O mundo mudado calado
E eu

Era aniversário do Ilê Aiyê de 100 anos, era sexta feira e todos vestiam branco em mesas embaixo de prédios simples, tipo caixão, na periferia oeste do Recife. Era como se fosse réveillon. Eu também estava de branco pois já costumava me vestir assim nas sextas. Arrudiava o prédio de bicicleta buscando placas de aluguel. Decidi voltar para o centro, caminho tenso, trânsito. Mistura de mata atlântica e urbe (bairro de Dois Irmãos). Desvio do caminho e o caminho vira uma trilha, que vai ficando sombria e misteriosa. Paro e vejo uma bicicleta parecida com a minha, uma ceci, resolvo bater na casa onde vi aquela bicicleta. Aparece uma garota negra e conversamos do lado de fora, pergunto se a casa é úmida. Vi que ela aparava as folhagens para que a luz entrasse no lugar, pois seu lugar ficava ali no meio da mata. Entramos na casa dela, morava com o pai, mas estava só. me mostrou onde era o quarto dele, era quase um esconderijo. Senti que ela não conseguia sair, acabava se enrolando ali nos deveres domésticos. Me mostrou a partir da panorâmica visão da sua casa a parte do caminho que me desviei.

Tenha medo
Tome cuidado
Procure algum prazer
Ao se levantar

A verdade
É que eu já
Apanhei da polícia
Mas nunca do
Bandido
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica